Este texto faz parte do #Toolkit de Comunicação #FASTAfrica
Internet rápida, acessível, segura e transparente deveria ser uma prioridade para governos Africanos. Por quê? Os benefícios do acesso são amplos e significativos. Um maior acesso a uma Internet rápida, segura e transparente pode:
1. Fechar o fosso digital e acelerar desenvolvimento.
Em África, apenas uma em cada cinco pessoas usa Internet. Trata-se de um absoluto contraste com os países desenvolvidos, onde mais de 82% da população encontra-se online. Garantir uma Internet rápida, acessível, segura e transparente pode fazer com que bilhões de pessoas fiquem online, capazes de aproveitar as oportunidades socioeconómicas transformadoras que o acesso à Internet possibilita.
2. Melhorar atendimento de saúde, salvando vidas
Serviços de saúde online já são utilizados para preencher lacunas críticas, particularmente no meio rural, em zonas afetadas por conflitos e outras áreas de fraca cobertura em África. Internet rápida, acessível, segura e transparente irá ampliar a possibilidade de cidadãos conseguirem acesso e uso de serviços. Um estudo da GSM Association estima que serviços de e-saúde, como diagnóstico remoto, recomendações, tratamento e educação em saúde salvarão milhões de vidas em África Subsaariana nos próximos cinco anos.
3. Empoderar mulheres e fechar o fosso de género digital, alinhado com o foco especial da União Africana em direitos das mulheres no ano de 2016.
Uma pesquisa da Web Foundation mostrou que as mulheres têm 50% menos chance de estar online que os homens em áreas urbanas de países em desenvolvimento, e 25% menos chance de usarem a Internet para procurar trabalho. O tamanho do fosso de género digital varia na região, mas é encontrado por toda parte. O fosso de género na remuneração significa que as mulheres encaram custos mais altos para estar online e, uma vez online, elas são frequentemente alvos de abuso. Alcançar o potencial de oportunidades económicas e sociais que o acesso à Internet permite só poderá acontecer quando conseguirmos tornar realidade a Internet rápida, acessível, segura e transparente para as mulheres. Um relatório da empresa Intel estima que fechar o fosso de género digital traria um adicional de 600 milhões de mulheres para o online, acarretando em aumento global de US$ 13 a 18 bilhões no PIB.
4. Contribuir para o desenvolvimento económico local, regional e nacional, com a criação de 140 milhões de empregos.
Se as taxas de penetração da Internet nos países em desenvolvimento crescessem até o nível dos países desenvolvidos, “a atividade económica resultante poderia gerar US$2.2 trilhões adicionais de PIB… e mais de 140 milhões de novos empregos”, de acordo com a empresa Deloitte.
5. Ampliar o acesso a recursos educacionais.
Conectar pessoas e escolas a uma Internet rápida, acessível, segura e transparente aumentará o acesso a informações, conteúdos educacionais e outros recursos críticos para a melhoria de resultados educacionais. Escolas rurais, pobres e escolas com poucos recursos seriam capazes de oferecer aos seus estudantes conteúdo online a preços razoáveis ou gratuitos, e aos professores uma atualização de contexto e treinamento necessários para ensinar. Em áreas remotas ou atingidas por conflitos, onde as escolas podem já não existir, uma conexão de Internet pode facilitar que indivíduos façam cursos online gratuitos e abertos, dinamizando seus próprios percursos formativos. Em 2015, apenas 25 países Africanos alcançaram taxas de matrículas de 80% ou mais, o que significa que a Internet poderia ajudar milhões de crianças que não estão na escola.
6. Aprimorar a produção agrícola e reduzir pobreza.
Acesso a uma Internet rápida, acessível, segura e transparente permite a todos um maior acesso a informações. Agricultores conectados podem ter informações essenciais para maximizar produtividade agrícola, incluindo informações sobre o tempo, seleção de cultivos e formas de controle de pestes, além de facilitar conexão com mercados e determinar preços competitivos para venda de seus produtos. Segundo um estudo da McKinsey, crescimento agrícola em África é duas vezes mais efetivo para reduzir pobreza que crescimento baseado em outros setores — uma estimativa que talvez não surpreenda quando se considera que a agricultura responde por 70% dos empregos Africanos e contribui com 30% do PIB.
7. Conectar as pessoas que estão distantes, contribuindo para o bem-estar social.
Os media sociais se tornaram uma das formas mais comuns de as pessoas usarem a Web quando se conectam. Media sociais, email e outros métodos online de comunicação permitem contato entre pessoas que se amam, mesmo que estejam geograficamente distantes. Permitem que comunidades de refugiados e de atingidos por desastres possam se comunicar e se atualizar com os acontecimentos em suas comunidades de origem. Permitem que pessoas se unam em torno de interesses e causas partilhados, e organizem-se em ações cidadãs. Embora o valor desse efeitos seja difícil de mensurar, não pode ser desconsiderado.
8. Facilitar governança e oportunidades para participação social.
Quando a Web aberta é combinada com governos que divulgam abertamente seus dados e informações, todos se beneficiam. Novos negócios podem ser criados, e cidadãos podem visualizar padrões de desperdício e corrupção de recursos. Contudo, um novo estudo da World Wide Web Foundation mostra que África está a ficar para trás quanto a tornar disponíveis aos cidadãos dados governamentais críticos. Apenas a Nigéria apresenta alguns dados completos abertos aos seus cidadãos, e ainda assim são apenas dois bancos de dados.
9. Aprimorar a entrega de serviços públicos, com mais de US$25 bilhões em ganhos de produção.
Acesso difuso a uma conexão de Internet rápida, acessível, segura e transparente encoraja governos a migrarem seus serviços para o online, e permitem números cada vez maiores de cidadãos no acesso a serviços públicos que poderiam antes não estar disponíveis a eles — e este é um aspecto particularmente crítico ao desenvolvimento entre aqueles que vivem em áreas rurais ou que têm carência de órgãos governamentais e serviços. Garantir uma oferta mais efetiva de serviços públicos em África poderia conseguir ganhos de produtividade relativa à Internet na faixa de US$10 a 25 bilhões até 2025, e pode aprimorar tanto a vida dos cidadãos como a responsabilização (accountability) dos governos.